sexta-feira, 14 de julho de 2017

ADRIANA FALA DE... KYRIE

Abrir as páginas do Kyrie, é como se os cantos gregorianos começassem a soar por nossa alma, antes mesmo de aprofundarmo-nos na leitura de cada poema. Uma leitura não muito fácil, pois é pontuada por algumas palavras que remetem a liturgia católica e outras em latim. E mexe com o oculto, a teologia, a filosofia que carregamos na história de nossas vidas.

Mas esse tom, que vem do sagrado e que percorre cada poema, que mistura-se com o profano em  versos cadenciados e bem elaborados fica explícito na arte da boa escrita. É como uma obra de arte, para apreciar, sentir, aprofundar-se. A relação do autor com ele mesmo, com a natureza, com a vida, fica bem pontuada, com ritmo e forma. Pura poesia, daquelas que vem das origens da escrita, revestidas por metáforas e signos.
Percebe-se o cuidado de Paulo de Carvalho,em fugir do conceito religioso, atendo-se a algo muito maior do que a religião, com simbolismos e uma linguagem peculiar, as vivências e reflexões que todo nós em algum momento de nossas existências, deparamo-nos. O existir de uma força maior e todos os questionamentos que nos envolve a partir disso, no mais íntimo de nosso ser.

Kyrie da primeira até a última página, nos leva para essa reflexão e indagação, e a uma introspecção, não só conduzida pela alma do poeta , mas também nós leitores, seguimos por esses caminhos, ao nos identificarmos com esse duo que carregamos desde os primórdios tempos:

A essência divina que é a chama que nos move, rege e de algum modo orienta, e o outro lado, concreto, material,  que nos faz tão mundanos, imperfeitos e únicos.

Um abraço tropical
Adriana Mayrinck

DRIKKA INQUIT

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