Há tempos observo a escrita de diversos gêneros textuais, de toda a sorte de
fontes, desde textos escritos nas redes sociais, aos livros, jornais, anúncios,
cartões de visita, cartazes pela cidade, outdoors e outros mais. E afirmo
que é estarrecedora a quantidade de erros ortográficos e de concordância
gramatical.
A campanha política mais recente,
relacionada às eleições municipais, chocou qualquer eleitor, não somente pela
hipocrisia das promessas como também pela quantidade de erros nas propagandas
dos candidatos. Em resumo, parece que o ataque à norma culta é geral. Raro
é o momento em que nos deparamos com uma sentença corretamente escrita, mesmo
nas grandes cidades, nos meios mais modernos de comunicação. Não adianta a
gente zoar o “eletrecista” do interior, em muitos blogs o que se vê é um
grotesco “parabéns À todos” !!!!!!
Sei que há problemas muito mais
graves do que este acontecendo no Brasil, mas a deficiência na escrita da
Língua Portuguesa, no meu ponto de vista, é também uma questão de extrema
relevância. Por isso clamo aos que não dominam a escrita: contratem os
serviços de um bom revisor!
Basicamente o próprio Word dos
nossos computadores tem um corretor, embora nem sempre esteja
correto. Além dele também temos à disposição o Dr. Google, que esclarece
(quase) todas as dúvidas. Com tudo isso o melhor mesmo é contratar os
serviços de um revisor. Enfim, são inúmeras as possibilidades de se
escrever com proficiência, possibilidades essas que estão ao alcance de
qualquer profissional interessado.
Segundo o Professor Leandro
Karnal, e estrutura da linguagem está sendo totalmente modificada por conta da
necessidade de rapidez na informação. Tudo bem. Não se está falando
aqui em longas frases, não há mesmo espaço para isso. O tempo, este
artigo cada dia mais exíguo, decreta o fim das orações subordinadas, é
compreensível. O que importa é que, por menor que seja a mensagem, ela
seja escrita corretamente.
Vale lembrar também que linguagem
virtual é diferente de linguagem escrita. O chamado “Internetês”, uma
adaptação própria da língua para o meio cibernético, abrevia cada vez mais as
palavras para que se possa aproveitar o máximo de tempo possível no envio de
uma informação. Assim, você vira “vc”, beleza vira “blz”, e por aí
vai. É lícito, convém que seja assim para que a comunicação seja feita de
maneira célere. Assim também temos os emoticons, figuras
que traduzem nossas emoções para que a gente não precise descrevê-las com
palavras escritas, e as hastags, verdadeiras
imposições a qualquer post hoje em dia. Aliás, a ferramenta hastag é
assunto complexo e rico a ser focalizado em um estudo próprio. Na sua forma,
ela resume o conteúdo de uma mensagem sem que se use nem ao menos um
verbo. E o mais incrível, ela une milhões de internautas e posts sobre um
mesmo assunto somente pela utilização do símbolo "jogo da
velha". É uma fantástica ferramenta de hipertexto. Porém, mister
é salientar, isso só acontece dentro o universo virtual. Não se redige um
comunicado, ou mesmo um anúncio, somente com o tal joguinho da velha e uma
palavrinha grudada a ele. Por mais que possa parecer enfadonho, ainda é
preciso escrever.
A linguagem é um organismo vivo,
ela sofre mutações constantes frente ao dinamismo da comunicação. A
questão é que, se você vai escrever, deve fazê-lo de forma correta, sem agredir
o leitor e a própria língua. Ainda não dá para redigir um trabalho
acadêmico salpicado de hastags. O que se precisa distinguir é linguagem
escrita formal e linguagem virtual. São ambientes distintos de escrita.
Biografia de Cristina Lebre
Jornalista, escritora, revisora
de textos acadêmicos e livros, apresentadora de eventos e secretária executiva.
Cristina Lebre é autora dos livros "Olhos de Lince" e "Marca
D'Água", à venda nas livrarias Gutemberg de Icaraí e São Gonçalo - ou
diretamente pelo e-mail lebre.cristina@gmail.com
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